domingo, 2 de junho de 2013

Sermão de casamento - Socorro!

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Seja padre, pastor, rabino, etc. Todos têm uma história para contar de um sermão de casamento longo em que o sacerdote em questão se esqueceu de concluir e falou por horas inteiras, ou teve um discurso fora do contexto casamento.
Resolvi escrever este artigo após ser elogiado por um casamento que celebrei recentemente. Normalmente não dou atenção a elogios deste tipo, porque o elogio pode ser apenas por educação, ou mesmo algum familiar do noivo tentando te convencer a celebrar um casamento que outro negou fazê-lo.
Porem recebi o elogio porque era uma pessoa já idosa, e disse que meu sermão foi “adequado, profundo e rápido”. Não é todo dia que se houve que sua mensagem foi profunda, mas o que realmente me chamou a atenção foi a palavra “rápido”.
Realmente meu sermão foi rápido, nunca dediquei mais que 20 minutos num sermão de casamento. Os noivos estão de pé horas antes da cerimônia; a cerimônia em si já é grande, além disso, os verdadeiros interessados nas minhas palavras (os noivos) estão tão ansiosos e preocupados com a cerimônia como um todo que não conseguirão dedicar a devida atenção ao sermão. E por último, a principal personagem do casamento é a noiva, não o pastor (ou padre). Por isto sempre tenho uma postura moderada em cerimônias de casamento.
Comecei então a lembrar de algumas posturas inadequadas de colegas (padres ou pastores) em casamentos. Falarei aqui de casamentos em que estive presente.
O campeão de todos, para mim, foi um sermão em que o pastor começou a ensinar como se faz para encontrar uma boa esposa e quais atitudes o rapaz deveria procurar na moça antes de pedi-la em casamento. Ora, os noivos já estavam casados legalmente (no cartório) 3 dias antes. Se o noivo escolheu mal, agora é tarde.
Houve outro casamento em que o Padre disse que vida de casado era muito difícil, não é todo mundo que consegue permanecer casado, mas Deus cobra de cada um de nós um sacrifício e eles deveriam aceitar isto. Que discurso estranho, na cerimônia do casamento, ao invés de simplesmente abençoar, meu colega estava desanimando os noivos.
Outro colega pastor, entusiasta da teologia da prosperidade, trouxe uma mensagem de casamento, em que pensei que ele iria receber dízimos e ofertas dos convidados na cerimônia.
O erro mais frequente que encontro em casamento é quando o ministro em questão prepara seu sermão apenas para um dos noivos, e se esquece de que no casamento são duas pessoas envolvidas. Me lembro de um casamento em que o Pai do noivo estava celebrando (o que acho inadequado), ele direcionou todo o sermão à noiva dizendo que ela deveria tolerar e amar o marido, ser submissa, suportar os dias difíceis, compreendê-lo, etc. Enfim, a impressão que tive, foi que o noivo era a personificação da perfeição (praticamente Jesus encarnado) e somente a noiva tinha defeitos e obrigações a cumprir com o marido.
O casamento é um momento ímpar para o casal. São dias em que eles aceitaram deixar a segurança da casa dos pais e agora vão seguir suas vidas juntos. Pode não parecer no ato do casamento, mas a vida de ambos nunca mais será a mesma. Não estou negando que dias difíceis chegarão, mas no dia da cerimônia cabe ao ministro do casamento religioso abençoar, e dizer aos noivos que eles devem se amar mutuamente, assim como Deus os ama. O casamento é uma festa de celebração, e certamente os noivos ficarão muito felizes se ouvirem palavras que estejam de acordo com o casamento e cerimonia mais propriamente dita.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O que penso sobre a Bíblia FREE STYLE

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Já haviam me falado sobre a Bíblia Free Style, no entanto, por falta de tempo, ainda não havia procurado saber o que é. Pois bem, depois que vi que inúmeras pessoas estavam comentando o assunto resolvi pesquisar sobre a Bíblia em questão. Infelizmente o que encontrei foi um trabalho absolutamente questionável e que na minha perspectiva depõe contra as verdades inequívocas e inexoráveis das Escrituras. Até entendo que o desejo dos autores tenha sido contextualizar a Palavra de Deus tornando-a acessível as mais variadas tribos, todavia, penso que ao fazê-lo banalizando o conteúdo bíblico os autores erraram e erraram feio.

Veja por exemplo três dos textos da bíblia supracitada:
“Na manhã do dia seguinte, todos os líderes religiosos das denominações mais influentes estavam lá pra unir forças, tentando pressionar para que Jesus fosse morto. O amarraram então e levaram pro governador, um sujeito chamado Pilatos. Judas, percebendo a merda que havia feito, procurou os religiosos pra devolver o dinheiro que havia recebido. E lamentava dizendo: “Putz gente! Ferrei com Jesus! Bora destrocar esse negócio! Eu devolvo o dinheiro e vocês soltam ele vai!”. E os religiosos responderam: “Problema seu, palhaço! Combinado nunca é caro.”. Judas ficou tão bodado, que jogou a grana pra cima dos caras e foi se matar. Os religiosos quando souberam do que rolou, aproveitaram a grana pra comprar um terreno na periferia pra enterrar os estrangeiros e indigentes. Tudo isso aconteceu igual o profeta Jeremias havia previsto no passado…” (Mateus 27).

“Quem se envergonhar de mim e do meu ensino, eu também vou me envergonhar desta pessoa no dia que eu voltar. Quem falar alguma merda sobre minha pessoa, eu relevo de boa. Mas quem zoar o Espírito Santo, esse aí tá ferrado pra frente, por que pra esse pecado não tem perdão. Por isso tomem cuidado pra não saírem falando besteira!”. (Lucas 12)
“Pedro continuava sentado do lado de fora, mocado no meio dos peões. Até que chegou uma empregada doméstica e disse: “Ei… você tava andando com Jesus também, né?”. E Pedro mentiu dizendo que não sabia nem do que ela tava falando. Alguns minutos depois, outra empregada doméstica o viu e disse a mesma coisa. E ele repetiu a história de que nem conhecia Jesus. Por fim, a galera toda começou a desconfiar e disseram: “Ahhh maluco! Teu jeito de falar dá a entender que você é um deles sim!”. E pra escapar de ser pego, Pedro começou a xingar e a jurar: “Puta que o pariu, viu! Quantas vezes vou ter que falar que eu juro que não conheço esse homem?”. E naquela hora o celular tocou o despertador (tá, eu sei que não foi o celular, foi o galo). E Pedro lembrou do que Jesus havia dito sobre ele o negar. Por fim acabou saindo dali completamente arrasado com a cagada que havia feito”. (Mateus 26)

Caro leitor vamos combinar uma coisa? Os textos originais não possuem palavras chulas como as descritas pela Bíblia Free Style, além disso, queira ou não os “parafraseadores” a Bíblia é a Palavra inerrante de Deus e colocar palavras torpes na boca daquele que nunca cometeu pecado é blasfêmia e aberração. Ora, considero um despropósito dos tradutores o uso por exemplo da palavra “merda”, nos lábios do Cristo. Sem a menor sombra de dúvidas ouso afirmar que os responsáveis pela Bíblia em questão pecaram contra a santidade do Eterno. Junta-se a isso o fato de que os textos parafraseados são desprovidos de pureza e equidade, atributos esses inquestionáveis nos manuscritos originais.

As Escrituras são claras em afirmar que:
“Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem”. (Efésios 4.29)

“Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ação de graças”. (Efésios 5.4)
“Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar”. (Colossenses 3.8)

Diante do exposto não recomendo a leitura dos textos da referida Bíblia.
É o que penso!

P.s.: Por favor não me venham falar em contextualização da mensagem, eu sei bem o que é isso, e entendo que a igreja precisa em alguns momentos relacionar-se com a cultura contextualizando a pregação. Todavia, a Bíblia Free Style está muito além disso. Ao empregar termos chulos a Palavra de Deus, os autores pecam contra o Senhor além é claro de contribuírem para uma péssima imagem do Evangelho da Salvação Eterna.

P.s.2: Alguns irmãos comentaram que o meu texto é injusto visto que a proposta da Biblia Free Style não é uma tradução e sim uma paráfrase. Tudo bem, como já escrevi entendo a motivação dos autores, no entanto, continuo discordando do que foi dito. Para mim tanto a tradução como a paráfrase estão equivocadas.

Fonte: Centro Apologético Cristão de Pesquisas

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Revelações e Profecias na igreja. Isto está certo?

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Dia após dia temos visto como a autoridade da bíblia tem perdido espaço em nossas igrejas. O princípio da reforma Sola Scritpturai perdeu espaço para a psicologia, psicanálise, administração de empresas, publicidade, etc. Na educação das crianças, por exemplo, é mais comum ver os pais procurando a solução na psicologia e quando nada mais da certo, a Bíblia é consultada. Quando os negócios vão mal, os crentes primeiro procuram solução na administração, no marketing e quando nada mais da certo, a Bíblia é lembrada. Esta prática, tão comum em nossos dias, fere um conselho muito conhecido de Jesus, que nos ensina a buscar “... primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça”.
Acredito que desprezar o conhecimento acadêmico, seja ele qual for, é desprezar o conhecimento que Deus nos deu ao longo das gerações, se hoje podemos medicar uma série de doenças, criar próteses, lançar uma sonda espacial para perscrutarii o espaço; tudo isto é um presente de Deus para a humanidade. Todos os avanços da ciência não podem ser superados e nem sequer comparados à Palavra de Deus, especialmente quando o assunto é fé cristã, não pode haver outra autoridade além das Escrituras. O próprio Jesus, mesmo sendo Deus, por várias vezes citou as escrituras; como exemplo, posso citar Mateus 10:17 quando um homem pergunta o que deve fazer para herdar a vida eterna e a resposta de Jesus foi “você conhece os mandamentos” (afirmando a autoridade do Antigo Testamento)
O apóstolo João, em sua primeira epístola, afirma que não nos escreveu “um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que vocês têm desde o princípio [a saber] : a mensagem que ouviram.” –grifo do autor (1 João 2:7 - NVIiii). O apóstolo João possuía autoridade para escrever algo que ele estivesse sentindo ou mesmo uma mensagem nova que eventualmente pudesse receber de Deus, no entanto ele apenas reafirmou a suficiência das palavras de Jesus. Enfim, podemos compartilhar vários outros exemplos da autoridade da bíblia em matéria de fé e prática cristã, mas acredito que para este artigo temos o suficiente.
O surgimento da igreja pentecostal (talvez possa datar em 1950 quando houve a “explosão” do movimento no Brasil) chamou à atenção de todos os crentes quanto à contemporaneidade dos dons do Espírito Santo na igreja. A principal marca da igreja pentecostal está no “falar em línguas” que podemos definir em poucas palavras como uma visitação pessoal do Espírito Santo, de modo que a pessoa se sente numa espécie de êxtase de fonte espiritual e que também se manifesta com orações em palavras que não são encontradas em nenhum idioma. A abertura para estas manifestações do Espírito Santo agregou novos valores ao culto público e acrescentou à vida cristã o elemento da experiência. Apesar das pesadas críticas que os pentecostais já receberam de cristãos conservadores, acredito que seja válido a abertura para a manifestação pessoal dos dons espirituais na igreja do século XXI.
Este foco na experiência deve ser observado e pratica com muita cautela. Se compararmos com o meio acadêmico, a experiência é apenas um complemento da teoria já adquirida em salas de aula, com pesquisas, seminários etc. No mercado não se faz um profissional apenas com experiência, pois o conhecimento precede a experiência. Na liderança cristã o conhecimento teológico não deve ser desprezado, pelo contrário deve ser valorizado e incentivado a todos os cristãos. A própria bíblia nos chama a atenção para conhecer a palavra de Deus: Mateus 22:29 – “Errais, não conhecendo as Escrituras”; Oséias 4:6 – “Meu povo foi destruído por falta de conhecimento”; Deuteronômio 6 :6,7 – “E estas palavras, que hoje te ordeno (...)E as ensinarás a teus filhos e delas falará” A igreja deve ter a Bíblia como única regra de fé e prática, se a Bíblia é a Palavra de Deus, se a Bíblia é a Voz de Deus no meio do povo, ela deve ser colocada no mais alto grau de importância na igreja.
A grande ênfase na experiência pessoal tem seu valor na igreja (me perdoem os irmão conservadores), no entanto não pode nem por um instante se equiparar com a autoridade da Bíblia, em outras palavras nossa experiência de fé não é nada comparado com a Bíblia. E aqui faço minha crítica às revelações e profecias que tanto vejo em nossas igrejas. Quantas pessoas vivem dia após dia pregando, profetizando e ensinando a partir da própria experiência e sem nenhum amparo bíblico? Quando isto acontece a Bíblia perde seu papel elementar no ensino da igreja, e algum profeta (especialmente o que faz revelações) começa a ensinar a igreja, exortar, e propor doutrinas que não estão na bíblia e sim na sua própria “experiência com Deus”.
Quando a bíblia colocada em segundo plano, estamos dizendo que toda a revelação já deixada por Deus em Sua Palavra não é tão importante quanto à revelação que o “irmão profeta” está profetizando dentro da igreja. Outro argumento contra o estudo sistemático da Bíblia é que a teologia é doutrina de homens, e precisamos mesmo é da voz e da presença de Deus. Ora, se a teologia é inútil, então a Bíblia (que é o motivo da teologia) também é.
Não estou sugerindo que os irmãos sejam radicalmente contra estas manifestações proféticas e reveladoras dentro da igreja, apenas quero chamar atenção para que tudo o que acontece no culto seja exaustivamente verificado nas Escrituras Sagradas, de modo que toda doutrina e revelação venha primeiro da Bíblia, e todos os outros ensinos e práticas estejam em pleno acordo com o ensino das Escrituras.
i Sola scriptura é latim e significa "somente a Escritura"; é um princípio da reforma protestante, que em última análise significa que as Escrituras (bíblia) são a única autoridade de fé e prática do cristão.
ii Dicionário Priberam da Língua Portuguesa: Perscrutar: 1. Examinar minuciosamente, com toda a atenção; 2. Investigar; 3. Sondar, estudar; 4. Penetrar.
iii NVI – Nova Versão Internacional, Sociedade Bíblia Internacional.

Cuidados na hora da pregação


Assim como qualquer edificação possui estrutura (ou alicerces), ou, o nosso corpo possui um esqueleto com a função de sustentar o corpo, a pregação (ou sermão) tem esta estrutura básica, afim de que por ela seja estruturada a pregação ou sermão.
Antes de pensar na estrutura em si, o pregador deve responder a algumas perguntas para então desenvolver a estrutura do seu sermão. Sugerimos basicamente estas perguntas:
  1. Qual é a mensagem a ser pregada? (Qual tema, qual texto, etc)
  2. O que é mais importante nesta mensagem? (qual será o ponto chave do sermão?)
  3. Onde será pregada? (Na praça, escola, faculdade, igreja...)
  4. Quem são os ouvintes? (Adolescentes, jovens, casais, etc...)
Quando é criado um comercial de TV, por exemplo, a equipe produção define qual é o perfil do público alvo para aquela campanha publicitária. Determinado este perfil é criada toda a campanha publicitária para atingir aquele público definido previamente. Tal analise deve ser o mais assertiva possível, caso contrário haverá grande desperdício de recursos e o público não será atingido. Por exemplo, se meu público alvo são crianças (para vender um jogo, por exemplo), meu comercial não pode ir ao ar às 23:00hs do domingo, pois neste horário as crianças estão dormindo.
Do mesmo modo o pregador dever ser assertivo na hora de preparar seu sermão, e a resposta às questões acima mencionadas certamente irão ajudar nesta tarefa. Antes de continuar quero deixar claro que a presença de Deus na vida do pregador é essencial para a boa pregação. No entanto, não penso que é só ficar orando trancado no quarto é o bastante, pois negligenciar a capacidade intelectual, dada a nós por Deus, é negligenciar a inteligência que Deus deu a cada um.
Falando na estrutura básica do sermão, mais propriamente dita, podemos determinar três pontos básicos e indissolúveis, e são: Introdução, Argumentação e Conclusão.
Introdução – Esta é uma fase importante, pois é nela que o pregador deve despertar o interesse pela mensagem. É muito deselegante começar o sermão pedindo a atenção de todos, é papel do pregador, através dos seus argumentos despertar a atenção de todos que para sua homilia. É bom lembrar que a introdução deve ser breve e apenas anunciar o tema da pregação.
Argumentação – É aqui que o pregador desenvolve o sermão mais propriamente dito. Após a introdução é hora de desenvolver o tema já apresentado na introdução. São apresentados os argumentos que fundamentam seu pensamento. E na argumentação que o pregador ensina, consola, exorta, etc.
Conclusão – Qual foi o objetivo deste sermão? Na conclusão o pegador irá “fechar” o assunto abordado. A conclusão também merce especial atenção. Quantos filmes você já assistiu que o final te deixou decepcionado(a). Uma conclusão desastrosa coloca toda sua pregação em descrédito. Lembre-se: Uma conclusão desanimada, deixará os ouvintes desanimados. Pensando no objetivo do sermão, a conclusão é uma síntese do mesmo. Na conclusão será apresentada a aplicação da mensagem à vida do ouvinte.
Queridos irmão e irmãs, não tive a inteção, ensinar tudo sobre pregação, mas sim, dar alguma luz àquele que busca a cada dia crescer no ministério da palavra. Espero ter ajudado.